- Gazeta Esportiva
Zanon tentar garantir na quadra vaga do Brasil para Olimpíadas do Rio 2016.
SÃO
PAULO - O quarto lugar nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 não
impede Luiz Augusto Zanon de sonhar com o título da Seleção Brasileira
na Copa América/Pré-Olímpico de Edmonton, no Canadá. Isso se deve em
parte ao reforço de Iziane à equipe que desafiará o favoritismo das
donas da casa para não depender da Federação Internacional de Basquete
(Fiba) para estar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016.
A
vaga direta do Brasil nas Olimpíadas depende da quitação da dívida que a
Confederação Brasileira de Basquete (CBB) contraiu com o convite à
Seleção masculina ao Mundial de 2014, na Espanha. O País apresentou
durante o Pan um plano de pagamento e agora espera a resposta. A decisão
da Fiba sai na reunião do comitê executivo, entre 7 e 9 de agosto, em
Tóquio.
A Copa América/Pré-Olímpico de Edmonton começa no dia 9 de
agosto e garante apenas seu campeão no Rio de Janeiro. O vice-campeão e
os outros semifinalistas vão ao Pré-Olímpico Mundial. Sem os Estados
Unidos, já classificados por serem campeões mundiais, o Brasil precisa
superar o favorito Canadá e também Cuba, equipes pelas quais foi
derrotado no Pan.
“Esse problema da vaga não foi criado pela
gente. A dívida não foi criada pela gente. Conseguimos tudo na quadra.
Esse problema de pagamento é administrativo e vamos continuar buscando
as coisas na quadra”, disse Zanon. “É um objetivo dificílimo e tem um
favoritismo enorme do Canadá, mas o importante é atingirmos nosso
limite”.
Para buscar a vaga olímpica, o técnico promoveu o retorno
de Iziane à Seleção Brasileira depois de três anos. Ausente desde os
Jogos Olímpicos de Londres 2012, em que foi dispensada por ter levado o
namorado à concentração durante a preparação na França, ela participou
de um período de treinos da equipe nacional em Campinas e agradou o
treinador.
Com passagens pela WNBA, ela já tinha ficado fora do
grupo nacional por dois anos após brigar com o técnico Paulo Bassul
durante o Pré-Olímpico Mundial de 2008, em Madri. Voltou e jogou o
Mundial de 2010, o Pan de Guadalajara 2011 e integraria a Seleção em
Londres.
A pivô Nádia, sem contrato na WNBA, também chega para
reforçar o time quarto colocado no Pan de Toronto 2015, assim como a
jovem armadora Izabela Nicoletti, de 15 anos de idade. No evento
multiesportivo, o Brasil comandado por Zanon perdeu na semifinal para o
Canadá por 91 a 63. Na disputa pelo quarto lugar, caiu para Cuba por 66 a
62.
“Tracei um plano para a Iziane e ela cumpriu exatamente o
trabalho físico e o treino que a gente queria porque o basquete hoje é
muito mais físico, não só técnico. Ela sentiu nesse retorno a grande
oportunidade de estar na Seleção em 2016. Podem acontecer mil coisas até
o campeonato, mas até hoje ela correspondeu a todos os aspectos que
foram propostos”, garantiu.
Zanon assumiu a Seleção Brasileira
feminina de basquete em 2013 com a missão de renovar a equipe depois do
fracasso nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, em que venceu apenas uma
partida e foi eliminada ainda na primeira fase. Para jogar na capital
inglesa, o País foi campeão do Pré-Olímpico de 2011, na cidade
colombiana de Neiva, sob o comando de Ênio Vecchi.
O time que
levará a Edmonton, sem Érika, Clarissa e Damiris, que atuam na WNBA, tem
média de idade de 26 anos. A mais nova é Izabela Nicoletti, revelação
do basquete nacional com 15 anos. A mais velha, a pivô Kelly, de 35 anos
e medalhista de bronze com a Seleção nos Jogos de Sydney 2000.
“Seria
decepcionante o Brasil não estar nas Olimpíadas em casa porque esse
grupo só vai amadurecer se passar por todos os estágios. A modalidade já
está com problema, vem enfrentando escassez de atletas, de grandes
clubes. Ficar fora dos Jogos no seu País não é bom. A vaga pelo menos dá
mais fôlego para a gente continuar com coisas novas”, avaliou o
treinador.
O Brasil integra o Grupo B da Copa
América/Pré-Olímpico, ao lado de Venezuela, Argentina, Ilhas Virgens e
Equador. A estreia é no dia 9 de agosto, domingo, contra as
venezuelanas. Antes disso, testa a força de sua equipe em um amistoso
contra o Canadá, nesta sexta-feira. Além das donas da casa, o Grupo A
tem Cuba, República Dominicana, Chile e Porto Rico.
Os dois
primeiros colocados de cada chave avançam à semifinal, em que se
enfrentam em sistema de cruzamento olímpico por um lugar na final e a
chance de garantir a vaga no Rio. A última oportunidade de se
classificar aos Jogos é um mês antes do evento, no Pré-Olímpico Mundial,
de 4 a 10 de julho de 2016.
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