Em
visita às penitenciárias do país, relator das Nações Unidas avaliou
presídio de Pedrinhas como o de piores condições sanitárias
O
relator especial das Nações Unidas avaliou as penitenciárias do estado
do Maranhão como as de pior situação sanitária entre as unidades que
visitou, em cinco estados brasileiros. Juán Méndez esteve em presídios
do Distrito Federal, Maranhão, Alagoas, São Paulo e Sergipe durante doze
dias. Ele conversou com agentes de segurança, delegados e também com os
presos, que relataram frequentes casos de tortura. No Maranhão, Méndez
destacou a superlotação do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
"Bom, no Maranhão, nós visitamos o presídio de Pedrinhas. Os internos que nós visitamos passam 23 horas em uma cela, exceto as celas coletivas, mas em uma cela para quatro pessoas ficam oito, dez, onze. As más condições sanitárias são as piores que vimos. Certamente muito, muito graves. E o regime é muito rígido e muito disciplinário.”
"Bom, no Maranhão, nós visitamos o presídio de Pedrinhas. Os internos que nós visitamos passam 23 horas em uma cela, exceto as celas coletivas, mas em uma cela para quatro pessoas ficam oito, dez, onze. As más condições sanitárias são as piores que vimos. Certamente muito, muito graves. E o regime é muito rígido e muito disciplinário.”
Juan Méndez também
relatou ter encontrado armas dentro do complexo de Pedrinhas, o que
agrava situação do local, por ficar mais vulnerável à violência.“Vemos
também, armas de grosso calibre dentro da unidade. Me parece uma falha
muito grave que pode agravar mais a situação dos presos, porque em
qualquer momento podem pegar uma arma e criar uma tragédia.”
Juan
Méndez veio ao Brasil depois de denúncias de violações feitas por
entidades brasileiras de defesa dos direitos humanos. Uma delas é a
Justiça Global. A coordenadora da organização, Sandra Carvalho, enfatiza
a importância esse tipo de visita porque traz recomendações de
melhorias no sistema. "Porque eles emitem uma série de recomendações ao
governo brasileiro, em termos da questão do superencarceramento, de
saúde, da prática da tortura, da sistemática de não investigação, dos
crimes cometidos dentro do sistema prisional".
O Diretor do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Depen), Renato de Vitto, reconhece que o sistema prisional brasileiro está longe do ideal. Mas, para ele, o relatório das Nações Unidas pode contribuir significativamente para a implantação de políticas públicas: "Essa constatação nos parece o primeiro passo pra que a gente possa de fato articular ações de apoio, para que os estados, que gerem o sistema prisional estadual, onde nós temos não só as ocorrências de tortura mas um tratamento cruel e degradante, decorrente da má condição dos presídios brasileiros".
O Diretor do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Depen), Renato de Vitto, reconhece que o sistema prisional brasileiro está longe do ideal. Mas, para ele, o relatório das Nações Unidas pode contribuir significativamente para a implantação de políticas públicas: "Essa constatação nos parece o primeiro passo pra que a gente possa de fato articular ações de apoio, para que os estados, que gerem o sistema prisional estadual, onde nós temos não só as ocorrências de tortura mas um tratamento cruel e degradante, decorrente da má condição dos presídios brasileiros".
O relator especial da ONU, Juan Méndez
destacou, ainda, a impunidade de quem viola os direitos dos presos, e
disse que não faz sentido defender a violência contra quem comete
crimes, como é o caso dos linchamentos.
Além disso, ele destacou o
número de pessoas que são presas por porte ou consumo de drogas, o
equivalente a 26% da população carcerária. Para ele, prender usuários
não resolve o problema, já que os grandes traficantes continuam nas
ruas.
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