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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Acusado de matar dona de casa em condomínio de Niterói, zelador já havia atacado outras mulheres


Zelador Joelso de Souza, preso pela polícia, acusado de assassinar dona de casa Andréa Lima da Silva, em condomínio de classe média de Niterói
Zelador Joelso de Souza, preso pela polícia, acusado de assassinar dona de casa Andréa Lima da Silva, em condomínio de classe média de Niterói Foto: Fabiano Rocha / Fabiano Rocha/ Extra/ Agência O Globo
Ricardo Rigel
Acusado de assassinar a dona de casa Andréa Lima da Silva, que foi encontrada morta na casa de máquinas de um condomínio de classe média, no bairro Barreto, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, o zelador Joelso de Souza, de 39 anos, já havia atacado outras mulheres no mesmo local. Uma ex-funcionária do condomínio prestou depoimento na Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). Ela disse ter sido estuprada por Joelso no ano passado. Ela teria comunicado o caso para seus superiores, que não acreditaram na história. Por conta do episódio, ela acabou sendo demitida.
A ex-funcionária e Andréa não foram as únicas mulheres atacadas no condomínio. Na Semana Santa, uma moradora foi estuprada por um homem de capuz, dentro de um elevador. Após o episódio, segundo a polícia, porteiros e zeladores que trabalham no local, foram instruídos a acompanhar as mulheres que chegavam ao prédio, até a porta dos seus respectivos apartamentos.
De acordo com o delegado Marcus Amin, da DHNSG, Joelso pode ter se aproveitado disto para atacar e matar a dona de casa. Foi ele quem abriu o portão para a dona de casa, quando ele retornou para o prédio onde mora, entre o fim da noite de sábado e a madrugada de domingo.
Uma das 22 pessoas ouvidas pela polícia foi fundamental para a investigação. A testemunha contou ter visto o zelador voltando para seu posto muito suado e ofegante. Além disto, ele não teria fechado o portão após a passagem da dona de casa. Joelso teria justificado o fato, dizendo que estava ajudando uma família que estava presa no elevador, fato que não foi confirmado pelas investigações da polícia. Joelso foi preso em flagrante, quando chegou na delegacia para prestar depoimento. Ele negou o crime.
- Ele é uma pessoa fria e demonstra claros sinais de psicopatia. Em momento algum se alterou ou quis revelar sua participação no assassinato - disse o delegado Marcus Amin.
Joelso de Souza estava em liberdade condicional e usava uma tornozeleira eletrônica. Ele havia sido condenado a 12 anos de prisão por crimes de tráfico e roubo. Há um ano e oito meses, saiu da prisão e começou a trabalhar como zelador. Na ficha penal de Joelso, constam ainda duas anotações por crimes de estupro. Os crimes teriam sido cometidos nos anos de 2000 e 2004, em Friburgo, na Região Serrana.
A polícia já sabe que Andréa morreu por asfixia provocada por material plástico. Ela também sofreu um golpe por trás do pescoço, que causou tetraplegia. A dona de casa estava desaparecida desde sábado à noite. Andréa - que é divorciada - saíra de casa com um grupo de amigos. Filha dela, Bruna Silva, de 20 anos, contou que falou com a mãe por telefone. Mas no domingo, não conseguiu mais contato.
Preocupada, ela falou com um dos amigos da mãe, que confirmou ter deixado Andréa em frente ao condomínio, na Rua Luiz Palmier. No domingo, um dos filhos da dona de casa, de 17 anos, começou a procurar a mãe. Ele acabou encontrando o corpo de Andréa na casa de máquinas do prédio, no 13º andar. A mulher tinha três cortes no pescoço, que a polícia acredita terem sido feitos por uma faca.
— Sou evangélica e não desejo a morte desse homem. Ele vai ter que se entender com Deus. Mas agora quero a justiça dos homens seja feita — disse Bruna.
O corpo de Andréa Lima da Silva será enterrado às 16h, no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo.
"A maior lembrança que fica da minha mãe são os planos que estávamos fazendo. No Dia das Mães, inclusive, a gente já tinha marcado de ir a um shopping. Eu ia pagar o cinema e meu irmão o lanche. Seria um dia só dela, feliz. Mas agora acabou. Não temos mais mãe". A declaração, feita entre lágrimas, é da técnica de laboratório Bruna Silva, de 20 anos, que na tarde desta terça-feira sepultou a mãe, a dona de casa Andréia Lima da Silva, de 40, no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo.
Andréia foi encontrada morta com cortes no pescoço na casa de máquinas do prédio em que morava, num condomínio de classe média no Barreto, em Niterói, na segunda-feira. O suspeito do crime é o zelador, preso nesta terça. Joelson de Souza, de 39 anos, foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.
Bruna, filha mais velha da vítima, disse que na segunda chegou a conversar com o zelador por telefone, enquanto buscava notícias da mãe, e ele respondeu a ela com frieza que nem lembrava de ter conhecido Andréia. E ele acrescentou a jovem que, provavelmente, ela teria entrado no prédio, no domingo à noite, no momento em que ele jantava, por isso não a teria visto.
Para facilitar a procura no condomínio, Bruna chegou a adicionar o enteado do zelador no seu perfil de uma rede social para que o rapaz pudesse ter acesso a fotos de Andréia. A filha de Andréia pediu que as imagens da mãe fossem mostradas a Joelson.

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