Acusado
de assassinar a dona de casa Andréa Lima da Silva, que foi encontrada
morta na casa de máquinas de um condomínio de classe média, no bairro
Barreto, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, o zelador Joelso de
Souza, de 39 anos, já havia atacado outras mulheres no mesmo local. Uma
ex-funcionária do condomínio prestou depoimento na Divisão de
Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). Ela disse ter sido
estuprada por Joelso no ano passado. Ela teria comunicado o caso para
seus superiores, que não acreditaram na história. Por conta do episódio,
ela acabou sendo demitida.
A
ex-funcionária e Andréa não foram as únicas mulheres atacadas no
condomínio. Na Semana Santa, uma moradora foi estuprada por um homem de
capuz, dentro de um elevador. Após o episódio, segundo a polícia,
porteiros e zeladores que trabalham no local, foram instruídos a
acompanhar as mulheres que chegavam ao prédio, até a porta dos seus
respectivos apartamentos.
De acordo com o delegado Marcus Amin, da
DHNSG, Joelso pode ter se aproveitado disto para atacar e matar a dona
de casa. Foi ele quem abriu o portão para a dona de casa, quando ele
retornou para o prédio onde mora, entre o fim da noite de sábado e a
madrugada de domingo.
Uma
das 22 pessoas ouvidas pela polícia foi fundamental para a
investigação. A testemunha contou ter visto o zelador voltando para seu
posto muito suado e ofegante. Além disto, ele não teria fechado o portão
após a passagem da dona de casa. Joelso teria justificado o fato,
dizendo que estava ajudando uma família que estava presa no elevador,
fato que não foi confirmado pelas investigações da polícia. Joelso foi
preso em flagrante, quando chegou na delegacia para prestar depoimento.
Ele negou o crime.
- Ele é uma pessoa fria e demonstra claros
sinais de psicopatia. Em momento algum se alterou ou quis revelar sua
participação no assassinato - disse o delegado Marcus Amin.
Joelso
de Souza estava em liberdade condicional e usava uma tornozeleira
eletrônica. Ele havia sido condenado a 12 anos de prisão por crimes de
tráfico e roubo. Há um ano e oito meses, saiu da prisão e começou a
trabalhar como zelador. Na ficha penal de Joelso, constam ainda duas
anotações por crimes de estupro. Os crimes teriam sido cometidos nos
anos de 2000 e 2004, em Friburgo, na Região Serrana.
A polícia já
sabe que Andréa morreu por asfixia provocada por material plástico. Ela
também sofreu um golpe por trás do pescoço, que causou tetraplegia. A
dona de casa estava desaparecida desde sábado à noite. Andréa - que é
divorciada - saíra de casa com um grupo de amigos. Filha dela, Bruna
Silva, de 20 anos, contou que falou com a mãe por telefone. Mas no
domingo, não conseguiu mais contato.
Preocupada,
ela falou com um dos amigos da mãe, que confirmou ter deixado Andréa em
frente ao condomínio, na Rua Luiz Palmier. No domingo, um dos filhos da
dona de casa, de 17 anos, começou a procurar a mãe. Ele acabou
encontrando o corpo de Andréa na casa de máquinas do prédio, no 13º
andar. A mulher tinha três cortes no pescoço, que a polícia acredita
terem sido feitos por uma faca.
— Sou evangélica e não desejo a
morte desse homem. Ele vai ter que se entender com Deus. Mas agora quero
a justiça dos homens seja feita — disse Bruna.
O corpo de Andréa Lima da Silva será enterrado às 16h, no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo.
"A
maior lembrança que fica da minha mãe são os planos que estávamos
fazendo. No Dia das Mães, inclusive, a gente já tinha marcado de ir a um
shopping. Eu ia pagar o cinema e meu irmão o lanche. Seria um dia só
dela, feliz. Mas agora acabou. Não temos mais mãe". A declaração, feita
entre lágrimas, é da técnica de laboratório Bruna Silva, de 20 anos, que
na tarde desta terça-feira sepultou a mãe, a dona de casa Andréia Lima
da Silva, de 40, no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo.
Andréia
foi encontrada morta com cortes no pescoço na casa de máquinas do
prédio em que morava, num condomínio de classe média no Barreto, em
Niterói, na segunda-feira. O suspeito do crime é o zelador, preso nesta
terça. Joelson de Souza, de 39 anos, foi levado para a Delegacia de
Homicídios de Niterói e São Gonçalo.
Bruna, filha mais velha da
vítima, disse que na segunda chegou a conversar com o zelador por
telefone, enquanto buscava notícias da mãe, e ele respondeu a ela com
frieza que nem lembrava de ter conhecido Andréia. E ele acrescentou a
jovem que, provavelmente, ela teria entrado no prédio, no domingo à
noite, no momento em que ele jantava, por isso não a teria visto.
Para
facilitar a procura no condomínio, Bruna chegou a adicionar o enteado
do zelador no seu perfil de uma rede social para que o rapaz pudesse ter
acesso a fotos de Andréia. A filha de Andréia pediu que as imagens da
mãe fossem mostradas a Joelson.
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