Celebração reuniu cerca de 50 mil pessoas em estádio na Coreia do Sul.
Religioso se reunirá com jovens e participará de beatificação no sábado.
Papa Francisco fala aos fiéis durante a missa na
Coreia do Sul (Foto: Vincenzo Pinto/AFP)
Coreia do Sul (Foto: Vincenzo Pinto/AFP)
O Papa Francisco pediu nesta sexta-feira (15) que os cristãos "combatam
o encantamento do materialismo e rejeitem os modelos econômicos
desumanos" na missa da Assunção da Virgem Maria, a primeira cerimônia
pública oficial pelo pontífice na visita à Coreia do Sul.
Francisco convidou os jovens "a combater o encantamento de um
materialismo que afoga os autênticos valores espirituais e culturais,
assim como o espírito da concorrência desenfreada, que gera egoísmo e
luta".
"Que também rejeitem os modelos econômicos desumanos que encontram
novas formas de pobreza e marginalização dos trabalhadores", afirmou
Francisco na cerimônia assistida por 50 mil pessoas no estádio da Copa
do Mundo de Daejeon, a cerca de 150 quilômetros ao sul de Seul.
Na missa de 15 de agosto, dia em que a Coreia comemora o aniversário da
independência do Império Japonês, o papa disse ter esperança de que os
jovens do país se transformem em "uma generosa força de renovação
espiritual em todos os níveis da sociedade".
"A esperança oferecida pelo Evangelho é o antídoto para o espírito de
desesperança que parece crescer como um câncer na sociedade, que no
exterior é próspera, mas que frequentemente vive a experiência da
tristeza interior e o vazio", disse o pontífice.
"A quantos de nossos jovens esta desesperança fez pagar um tributo', completou.
Participaram da cerimônia 30 parentes de vítimas do naufrágio da balsa
Sewol, a maior tragédia em décadas no país que em abril deixou 304
mortos. Dez deles foram recebidos minutos antes da cerimônia por
Francisco, que quis falar pessoalmente palavras de consolo e dar seus
pêsames, informou a organização.
Em uma forte crítica ao modelo de sociedade competitiva que ganha cada
vez mais espaço na Ásia, do Japão a Cingapura, de Taiwan até a Coreia, e
inclusive a China, o líder da Igreja Católica advertiu sobre "a cultura
da morte que desvaloriza a imagem de Deus, o Deus da vida, e viola a
dignidade de cada homem, mulher e criança", em uma referência ao
suicídio, ao aborto e à eutanásia.
Na tarde desta sexta o pontífice se reunirá com representantes de
jovens católicos do continente que participam da Jornada da Juventude
Asiática (JJA).
No sábado (16) o papa participará da beatificação de 124 mártires
sul-coreanos na emblemática praça de Gwanghwamun da capital, em um
evento que pode atrair até um milhão de pessoas, estimaram as
autoridades.
A visita iniciada nesta quinta-feira (13) pelo pontífice argentino à
Coreia do Sul, onde vivem 5,4 milhões de católicos, é considerada
histórica por ser a primeira de um papa ao país em 25 anos.
Estádio onde missa foi celebrada ficou repleto de fiéis na Coreia do Sul (Foto: Vincenzo Pinto/AFP)
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