Homem roubou panificadora um dia antes do homicídio de Ana Lídia Gomes.
Força-tarefa da Polícia Civil investiga 15 assassinatos similares de mulheres.
Polícia confirmou que suspeito roubou panificadora
(Foto: Sílvio Túlio/G1)
(Foto: Sílvio Túlio/G1)
A Polícia Civil informou que o homem de 27 anos preso em São Luis de Montes Belos, a 120 km de Goiânia,
roubou uma panificadora que fica próxima ao ponto de ônibus onde a
estudante Ana Lídia Gomes, de 14 anos, foi assassinada. Em entrevista
coletiva realizada na segunda-feira (11), o superintendente da Polícia
Judiciária de Goiás, delegado Deusny Aparecido, afirmou que um dia antes
do homicídio, o homem usou uma motocicleta para praticar o assalto.
Porém, alegou que não é possível confirmar ou descartar o envolvimento
dele com alguns dos 15 homicídios contra mulheres investigados por uma
força-tarefa na capital.
Uma força-tarefa criada no último dia 4 pela Polícia Civil está
investigando a série de assassinatos cometidos contra mulheres este ano
na capital. A polícia não crê na existência de um "serial killer", mas
também não descarta a possibilidade.
Ainda de acordo com o delegado, o homem, detido no último sábado (9),
fugiu de Goiânia, onde mora, após boatos de que seria um assassino em
série. "Ele foi preso exatamente pelos roubos ao comércio aqui na
capital. Ele participou de vários assaltos a panificadoras, açougues,
pet shops. Nada vinculado aos homicídios. Mas isso não quer dizer que
ele seja ou não o autor do homicídio. Estamos investigando", destacou
Aparecido.
Conforme a polícia, a motocicleta usada no assalto era roubada e foi
encontrada desmontada na casa de familiares dele, em Goiânia. A polícia
informou que o homem está detido em uma cela da capital, mas não revelou
onde. A PM, que realizou a detenção, disse que ele tem 12 passagens
pelos crimes de roubo e tráfico de drogas.
Aos agentes, o suspeito confirmou que praticava roubos e assaltos, mas
negou envolvimento nos homicídios praticados contra mulheres. Ele é a
segunda pessoa presa desde a criação de uma força-tarefa criada pela
polícia para investigar os assassinatos.
Na
sexta-feira (8), um jovem, que não teve a identidade e a idade
reveladas, foi detido em Goiânia suspeito de participação em dois dos 17
homicídios. “Ele foi ouvido e inicialmente nega a participação,
mas apreendemos com ele uma moto preta, roupas pretas capacete preto e
vários objetos que poderão nos ajudar a esclarecer e vincular ele a
algum desses dois fatos ou excluir a participação dele”, afirmou o
superintendente da Polícia Civil, Deusny Filho.
Ana Lídia foi baleada e morta em ponto de ônibus
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
De acordo com a polícia, o suspeito é ex-detento do sistema prisional
goiano e já tem uma extensa ficha criminal, com passagens pelos crimes
de assalto e formação de quadrilha. Segundo o delegado, a polícia propôs
dois mandados de prisão contra o homem após a instituição da
força-tarefa.
Força-tarefa
A força-tarefa da Polícia Civil investigava 18 casos ocorridos neste ano em Goiânia, mas em coletiva realizada na sexta-feira (8) o delegado descartou um dos crimes, que era uma tentativa de homicídio contra uma mulher. Entre os casos que continuam sendo apurados estão as mortes de 15 mulheres, a de um homem e uma tentativa de homicídio de uma vítima do sexo feminino.
A força-tarefa da Polícia Civil investigava 18 casos ocorridos neste ano em Goiânia, mas em coletiva realizada na sexta-feira (8) o delegado descartou um dos crimes, que era uma tentativa de homicídio contra uma mulher. Entre os casos que continuam sendo apurados estão as mortes de 15 mulheres, a de um homem e uma tentativa de homicídio de uma vítima do sexo feminino.
"Sentamos junto com a investigação e concluímos que essa tentativa
sequer aconteceu. Isso fez a polícia perder muito tempo e dinheiro em
busca de um fato falso, prejudicando de sobremaneira nossa apuração.
Agora, trabalhamos com 17 casos", destacou.
Participam do grupo de investigação 16 delegados, sendo os nove da
Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), três que atuam
em outras delegacias e mais três do interior do estado. Além deles, 30
agentes e dez escrivães também integram o grupo.
Série de assassinatos
O primeiro crime da série de assassinatos ocorreu em 18 de janeiro, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada por homens em uma motocicleta, no Setor Lorena Park, na capital. Na época, a polícia informou que eles roubaram o celular da vítima e fugiram.
O primeiro crime da série de assassinatos ocorreu em 18 de janeiro, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada por homens em uma motocicleta, no Setor Lorena Park, na capital. Na época, a polícia informou que eles roubaram o celular da vítima e fugiram.
A vítima mais recente foi a estudante Ana Lídia Gomes, de 14 anos,
morta no dia 2 deste mês por um motociclista em um ponto de ônibus do
Setor Conjunto Morada Nova. Por causa das semelhanças dos crimes, o
assassinato de Ana Lídia aumentou a desconfiança da população de que um
assassino em série está agindo em Goiânia.
Segundo informações da Polícia Civil, os crimes tiveram dinâmica
semelhante. Porém, de acordo com o delegado titular da Delegacia
Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polati, as
investigações apontam que as motocicletas usadas são de marcas e
cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não
serem as mesmas.
O delegado explica que algumas das investigações indicam crimes
passionais e outras apontam envolvimento das vítimas com consumo e
tráfico de drogas. Entretanto, ele não dá detalhes para não comprometer
os inquéritos.
Desde maio, quando surgiu a possibilidade de que exista um "serial
killer" na capital, após uma mensagem de voz compartilhada pelo
aplicativo de celular Whatsapp, a Polícia Civil tratava o caso como um
boato. No último dia 3 deste mês, a corporação voltou a afirmar que não
crê na possibilidade de que um assassino em série esteja agindo em
Goiânia, mas admitiu, pela primeira vez, que não descarta a hipótese.
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