Amigo do ex-médico, Ruy Marco Antônio era dono do Hospital São Luiz.
Fantástico tentou entrar em contato, mas ele não atendeu as ligações.
O médico Ruy Marco Antônio, ex-dono do Hospital São Luiz, uma das
principais instituições da área em São Paulo, está sendo investigado
pela polícia por suspeita de enviar dinheiro ao ex-médico Roger Abdelmassih, que estava foragido e foi preso esta semana no Paraguai, informa reportagem do Fantástico. Ruy Marco Antônio foi procurado para comentar a acusação, mas ele não atendeu as ligações ou retornou os recados deixados.
Abdelmassih foi condenado em 2010 a 278 anos de prisão por 48 ataques sexuais a 37 mulheres em sua clínica de fertilização, entre 1995 e 2008. Ele estava foragido desde 2011 após conseguir um habeas corpus que lhe deu o direito de aguardar em liberdade o julgamento dos recursos apresentados pela defesa.
Abdelmassih foi condenado em 2010 a 278 anos de prisão por 48 ataques sexuais a 37 mulheres em sua clínica de fertilização, entre 1995 e 2008. Ele estava foragido desde 2011 após conseguir um habeas corpus que lhe deu o direito de aguardar em liberdade o julgamento dos recursos apresentados pela defesa.
Carro de homem de confiança de Abdelmassih é
flagrado na Ponte da Amizade
(Foto: Reprodução/TV Globo)
flagrado na Ponte da Amizade
(Foto: Reprodução/TV Globo)
De acordo com as investigações, Ruy Marco Antônio, amigo de
Abdelmassih, entregava dinheiro vivo para Sérgio Molina Júnior,
administrador da empresa Colamar, de produtos agropecuários. Uma das
donas dessa empresa é Larissa Sacco, ex-procuradora e da repúbica e
mulher de Abdelmassih.
A investigação mostrou que Molina depositava o dinheiro na conta da
Colamar e que um homem de confiança de Roger Abdelmassih, Dimas Campelo
Maria, era o responsável por sacá-lo e leva-lo até Foz do Iguaçu, no
Paraná, fronteira com o Paraguai. Segundo o Ministério Público, Dimas foi nove vezes até Foz entre março do ano passado e maio deste ano.
O Fantástico obteve com exclusividade fotos que mostram o carro de Dimas na região. Em 1º de maio, o veículo cruzou a Ponte da Amizade, que liga os dois países, às 10h41, e voltou 37 minutos depois do Paraguai para o Brasil. A suspeita é que Dimas tenha se encontrado com Abdelmassih e entregado dinheiro vivo para o ex-patrão.
O Fantástico obteve com exclusividade fotos que mostram o carro de Dimas na região. Em 1º de maio, o veículo cruzou a Ponte da Amizade, que liga os dois países, às 10h41, e voltou 37 minutos depois do Paraguai para o Brasil. A suspeita é que Dimas tenha se encontrado com Abdelmassih e entregado dinheiro vivo para o ex-patrão.
Roger Abdelmassih é fichado após ser preso em
Assunção (Foto: Divulgação/Secretaria Nacional
Antidrogas do Paraguai)
Assunção (Foto: Divulgação/Secretaria Nacional
Antidrogas do Paraguai)
Por telefone, Dimas negou ao Fantástico que integrasse
uma rede de favorecimento ao ex-médico. “O que eu posso dizer é que não
é verdade. Nunca atravessei a Ponte da Amizade”, afirmou. E negou ter
ido várias vezes até Foz do Iguaçu. “Não, não”, enfatizou, ao ser
questionado sobre o assunto.
Ao ser informado que existem fotos do carro que ele utiliza na região
da fronteira entre os dois países, Dimas respondeu: “Só se ele foi
sozinho”. Em seguida, disse que estava em uma palestra e pediu para que a
reportagem ligasse mais tarde. No entanto, não atendeu mais as
ligações.
O Fantástico também tentou entrar em contato com o
administrador da Colamar, Sérgio Molina Júnior, mas ele não atendeu as
ligações ou retornou os recados deixados.
Prisão
Na terça-feira (19), Abdelmassih foi preso pela polícia paraguaia em Assunção, capital daquele país, após investigação iniciada pelo Ministério Público de Bauru, no interior de São Paulo, há cerca de 90 dias.
Prisão
Na terça-feira (19), Abdelmassih foi preso pela polícia paraguaia em Assunção, capital daquele país, após investigação iniciada pelo Ministério Público de Bauru, no interior de São Paulo, há cerca de 90 dias.
Os promotores suspeitavam que o ex-médico estivesse escondido em uma
fazenda dele, também no interior de São Paulo, mas não conseguiram
localizá-lo. Apesar disso, obtiveram informações de que ele teria fugido
para o Paraguai, onde foi capturado três anos e 7 meses depois de sua
fuga.
Logo após ser preso, Abdelmassih foi levado para Foz do Iguaçu, onde
foi entregue à Polícia Federal, já na terça-feira. No dia seguinte, ele
foi trazido para São Paulo, desembarcando em Congonhas, na Zona Sul de
São Paulo, onde foi registrado um boletim de captura na delegacia do
aeroporto.
Em seguida, ele prestou depoimento, esclarecendo alguns detalhes sobre a
fuga. No início da noite, o ex-médico foi levado para a penitenciária
de Tremembé, no interior de São Paulo.
À polícia, ele declarou que não pretendia fugir para o Líbano, país de
origem dos pais dele e onde tem parentes. Abdelmassih contou que a rota
de fuga foi de São Paulo a Presidente Prudente, no interior, e que
depois seguiu direto para o Paraguai, com a mulher. Segundo a polícia, o
casal entrou naquele país pela cidade Pedro Juan Caballero, fronteira
com Mato Grosso do Sul.
A esposa estava grávida na ocasião, relatou aos policiais. “As crianças
nasceram lá. As crianças são paraguaias”. Vizinhos falaram que Roger
morava na casa do bairro San Cristóbal havia cerca de três anos.
“Ele mencionou que no primeiro momento o Paraguai seria uma solução
imediata, que seria um temporário até que ele conseguisse fugir,
primeiro momento, para o Líbano. Cogitou-se a Itália, mas também em
razão das dificuldades, ter que ficar afastado muito tempo da família,
ele desistiu e acabou ficando no Paraguai mesmo”, informou o delegado da
Polícia Federal, Marcos Paulo Pimentel.
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