Protesto da categoria
- Thiago Bastos / O Estado
Medida
faz parte de um protesto da categoria contra o que eles chamam de
“concorrência desleal” praticada por condutores de aplicativos
SÃO
LUÍS - Parte dos taxistas da capital maranhense aplicará hoje, 25,
preços de corridas abaixo do mercado. A medida faz parte de um protesto
da classe contra o que eles chamam de “concorrência desleal” praticada
por condutores de aplicativos na cidade. A queda no preço das corridas
não tem o aval do Sindicato dos Taxistas de São Luís.
De acordo
com a organização do movimento, cerca de 30% dos taxistas cobrarão um
preço fixo de R$ 5,00 a cada cinco quilômetros de corrida. Ainda segundo
os idealizadores, em um primeiro momento, não será considerada a
quantidade de pessoas por viagem. Segundo os taxistas, durante as
corridas, os taxímetros permanecerão desligados.
Em contato telefônico, o presidente do Sindicato dos Taxistas de São Luís, Renato Medeiros, disse a O Estado
que a queda proposital nos preços é uma decisão que cabe apenas aos
idealizadores da proposta. “Nós do Sindicato podemos apenas acompanhar.
Há uma insatisfação muito grande quanto aos preços cobrados para
pagamento de taxas ao poder público, além da concorrência que não arca
com as mesmas despesas”, disse.
A ideia de cobrar valores fixos
por corrida não é inédita no país. Representantes da classe dos taxistas
em Curitiba (PR), insatisfeitos com o aumento no número de motoristas
ilegais na cidade, tomaram medida semelhante. A expectativa é de que,
apesar na queda nos preços, haja uma elevação no faturamento da classe.
Ao
ser comunicada da decisão dos taxistas que cobrarão valores abaixo do
mercado, a Associação dos Condutores de Aplicativos de São Luís informou
que não haverá a oferta de nenhuma promoção hoje, 25, por causa da
medida. “Nossa propaganda é feita no dia a dia, com a qualidade no
serviço oferecida à população”, disse o representante da Associação dos
Condutores de Aplicativos, Wellington Sal.
A polêmica entre os
taxistas e os condutores apresentou mais um capítulo nesta semana. Na
segunda-feira (21), os taxistas bloquearam por algumas horas uma das
saídas da ponte do São Francisco, causando engarrafamentos em vários
pontos da cidade. No dia seguinte, representantes do Uber realizaram
protesto em frente à Câmara Municipal de São Luís.
Sem acordo
Na
manhã de ontem, uma reunião na Câmara de São Luís entre taxistas e
motoristas de aplicativos não selou o fim do desentendimento. De acordo
com o Sindicato dos Taxistas, uma proposta de regularização do Uber foi
apresentada aos taxistas que, por sua vez, ainda não se manifestaram
sobre a sugestão.
Em abril deste ano, os vereadores de São Luís
aprovaram uma lei proibindo o serviço privado de transporte de
passageiros na cidade. Mesmo com a legislação, a direção nacional do
Uber decidiu manter os serviços, alegando estar respaldada pela
Constituição Federal. Por sua vez, a Secretaria Municipal de Trânsito e
Transporte (SMTT), com base na lei, iniciou a fiscalização dos
motoristas Uber. Pelo menos 17 veículos foram apreendidos e liberados
apenas após o pagamento de multa.
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