Carreta carregada com cana-de-açúcar passou por cima do veículo.
Acidente ocorreu em uma estrada vicinal de Cerqueira César (SP).
A funcionária pública Cláudia Batista de Camargo, de 34 anos, ainda se
recupera do susto de ter escapado ilesa de um grave acidente na estrada
vicinal Antônio Rossetto, em Cerqueira César (SP), na noite de
segunda-feira (4). O carro que ela dirigia foi esmagado por um treminhão que estava carregado com cana-de-açúcar.
"Eu não tinha noção do tamanho do acidente até ser resgatada. Quando vi
o estado do carro fiquei impressionada. Nasci de novo. Vou comemorar
aniversário duas vezes por ano a partir de agora: uma na data de
nascimento e outra na data do acidente”, disse, em entrevista ao G1.
Parte do banco da motorista não cedeu
completamente e mulher foi salva
(Foto: Carlos Alberto Soares / TV TEM)
completamente e mulher foi salva
(Foto: Carlos Alberto Soares / TV TEM)
Segundo a Polícia Militar, duas partes da carreta, que pesa cerca de 30
toneladas, se desprenderam durante uma subida e atingiram o veículo.
Seu carro foi completamente achatado pelo treminhão – um tipo de carreta
composto por várias partes. A motorista, que seguia para Iaras (SP) e estava sozinha, foi retirada das ferragens pelos bombeiros.
Os socorristas montaram uma estrutura para evitar que a carreta
pressionasse ainda mais o carro. Parte da carga de cana foi removida
enquanto os bombeiros cortavam as ferragens pela lateral do veículo. (Veja aqui a galeria de fotos do acidente).
Jairo Pedroso, sargento do Corpo de Bombeiros que liderou a operação,
explicou que, mesmo existindo alguns fatos que dão motivo para a vítima
sobreviver, muito ainda não tem explicação. “Só uma palavra resume esse
acidente: milagre. O que podemos supor é que quando a carga caiu ela
teve o reflexo de se abaixar. A carga quebrou o encosto do banco o
fazendo cair. Assim, ela não foi atingida pela batida e o banco ficou
caído. Ela depois se esticou e ficou deitada. Mas, algumas coisas são
inexplicáveis, como o fato de um carro que pesa cerca de 800 kg ter
suportado 30 toneladas de peso. Além disso, outro fato que chama atenção
é que o lado do passageiro ficou mais afetado - se houvesse alguém ali,
não teria sobrevivido. Porém, a carga caiu por completa em cima do
carro.”
Ainda segundo Jairo, depois que a carga caiu, o espaço entre o banco e o
teto – suprimido pela carga – ficou exatamente na altura do corpo da
vítima deitada. “A cabeça da mulher ficou a cerca de cinco centímetros
do teto. Em meus 23 anos de bombeiros, nunca tinha presenciado um
acidente desses, vi muitos graves e na maioria das vezes eles não acabam
bem. ”, afirma.
Após o resgate, ela foi levada ao pronto-socorro da cidade, onde ficou
em observação, e recebeu alta no fim da manhã desta terça-feira (5). O G1
conversou com a vítima quando ela ainda estava na Santa Casa da cidade.
Ela conta que voltava para casa em Iaras, após um dia de folga do
serviço, quando encontrou o treminhão à sua frente.
“O caminhão era muito grande e eu não gosto de ficar atrás desses
veículos na estrada, por isso estava tentando ultrapassar. Mas, na
subida, vi um negócio crescendo na minha frente e não deu tempo para
pensar em nada, ele tombou em cima de mim. Foi um susto muito grande,
foi tudo muito rápido”, lembra.
Resgate da vítima mobilizou pelo menos 20
pessoas (Foto: Arquivo Pessoal/Adriano Fernandes)
pessoas (Foto: Arquivo Pessoal/Adriano Fernandes)
Cláudia diz que o momento mais difícil, depois do susto do acidente,
foi quando o marido chegou ao local. “Eu fiquei mais nervosa quando meu
marido chegou. Ele também ficou desesperado por me ver lá embaixo da
carreta. Mas o trabalho das equipes de resgate foi perfeito. Eles me
acalmaram e tudo foi tranquilo dentro do possível", diz.
Ela calcula que tenha ficado presa às ferragens por aproximadamente
duas horas até que os bombeiros conseguissem retirá-la do veículo
esmagado, que ficou completamente achatado.
Não foi só Cláudia que saiu ilesa do acidente: um jogo de taças e copos
de vidro que estava no carro também ficou intacto. O prejuízo ficou por
conta só do carro, que não tinha seguro e está avaliado em R$ 8 mil.
A motorista diz que pretende entrar em contato com a transportadora
para tentar reaver o dinheiro do carro, mas, primeiro, vai descansar por
alguns dias. "O pior já passou, agora preciso descansar para voltar à
rotina. Espero não ficar com medo de dirigir, porque, afinal, não foi um
erro meu. Foi uma fatalidade."
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