No mês passado, os produtos somaram R$ 368,49 na capital maranhense, alta de 2,32% em relação ao mês anterior
Em
junho de 2016, a cesta básica em São Luís custou R$ 368,49, um aumento
de 2,32% em relação a maio e segue sendo a sétima capital com menor
custo entre as 27 pesquisadas pelo Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No primeiro semestre do
ano, a cesta acumulou taxa de 12,52%.
Dos 12 itens pesquisados,
metade teve alta nos preços: feijão carioca (46,52%), leite integral
(8,01%), manteiga (3,78%), farinha de mandioca (1,38%), café em pó
(0,74%), e arroz agulhinha (0,63%); já a outra metade apresentou recuo:
tomate (-9,22%), banana (-5,86%), óleo de soja (-2,97%), carne bovina de
primeira (-1,05%), pão francês (-1,00%) e açúcar refinado (-0,61%).
O
feijão carioca foi o item da cesta que teve a maior variação no mês de
junho. Os motivos são múltiplos. Problemas na safra, ocasionados pela
seca prolongada nas principais regiões produtoras do Nordeste, redução
da área plantada em detrimento de outras culturas mais rentáveis, como a
soja, reduziram a oferta do grão e elevaram o preço.
Pela
pesquisa do Dieese, houve aumento de preço do leite e da manteiga pelo
terceiro mês consecutivo. O problema no setor lácteo é porque a oferta
do leite segue baixa, mantendo acirrada a competição da indústria pela
matéria-prima, devido ao período de entressafra, e aos altos custos de
produção. Assim, com a diminuição da oferta, o preço do leite e dos
derivados – como a manteiga – seguiu em alta no varejo.
O Dieese
apontou ainda que o preço do quilo do tomate continuou reduzido. Isso se
deve à elevada oferta frente à demanda desaquecida, além da baixa
qualidade do fruto devido às condições climáticas desfavoráveis.
Cesta x salário mínimo
Em
junho, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta
básica foi de 92 horas e 7 minutos, superior à jornada calculada para
maio, de 90 horas e 2 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e
o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 8% referente à
Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso
nacional comprometeu, em junho, 45,52% dos vencimentos para adquirir os
mesmos produtos que, em maio, demandavam 44,48%.
Custo aumentou em 26 das 27 capitais pesquisadas
Em
junho, o custo do conjunto de alimentos básicos aumentou em 26 das 27
capitais do Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de
Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores altas ocorreram em
Florianópolis (10,13%), Goiânia (9,40%), Aracaju (9,25%) e Porto Velho
(8,15%). A única diminuição aconteceu em Manaus, -0,54%.
São Paulo
foi a capital que registrou o maior custo para a cesta (R$ 469,02),
seguida de Porto Alegre (R$ 465,03) e Florianópolis (R$ 463,24). Os
menores valores médios foram observados em Natal (R$ 352,12) e Rio
Branco (R$ 358,88).
Entre janeiro e junho de 2016, todas as
cidades acumularam alta. As maiores variações foram observadas em
Goiânia (25,59%), Aracaju (23,22%) e Belém (19,13%). Os menores aumentos
ocorreram em Manaus (4,41%), Curitiba (6,31%) e Florianópolis (9,24%).
Com
base na cesta mais cara, que, em junho, foi a de São Paulo, e levando
em consideração a determinação constitucional que estabelece que o
salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um
trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação,
vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima
mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em junho de
2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de
quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.940,24, ou 4,48 vezes mais do
que o mínimo de R$ 880,00. Em maio, o mínimo necessário correspondeu a
R$ 3.777,93, ou 4,29 vezes o piso vigente.
101 horas
Em
junho, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta
básica foi de 101 horas e 09 minutos, maior do que a jornada calculada
para maio, de 97 horas.
Quando se compara o custo da cesta e o
salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência
Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional
comprometeu, em junho, cerca de metade dos vencimentos (49,98%) para
adquirir os mesmos produtos que, em maio, demandavam 47,93%.
Comportamento dos preços
Em
junho, três alimentos tiveram aumento em todas as capitais: feijão,
leite e manteiga. Houve predominância de alta no café em pó, arroz e
batata, pesquisada na região Centro-Sul. Já o óleo de soja e o tomate
tiveram o valor reduzido na maior parte das cidades.
O feijão
seguiu em alta, com variações positivas em todas as capitais. As taxas
verificadas para o tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, foram
expressivas: variaram entre 16,48%, em Macapá, e 106,96%, em Aracaju. O
feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de
Janeiro, aumentou um pouco menos: 12,92%, em Curitiba, 13,83%, em Porto
Alegre, 20,54%, no Rio de Janeiro, 25,72%, em Vitória e 29,72%, em
Florianópolis.
O clima influenciou na qualidade do grão e, com
isso, o preço no varejo subiu desde o início do ano. A cultura do feijão
também perdeu espaço para a soja e houve diminuição da área plantada.
Em junho, os aumentos foram maiores e o Brasil passou a importar feijão
na tentativa de suprir a demanda. No entanto, quase nenhum outro país
produz feijão carioquinha. Por fim, a safra irrigada, que começa em
julho, pode começar a normalizar a oferta.
O valor do leite
aumentou em todas as cidades, devido ao período de entressafra e aos
altos custos de produção. As maiores elevações ocorreram em
Florianópolis (26,54%), Porto Alegre (19,05%), Campo Grande (15,95%),
Palmas (15,23%) e Curitiba (15,19%). As menores taxas foram observadas
em Aracaju (0,27%), Manaus (0,30%), Belém (0,43%) e Boa Vista (0,79%).
O
preço da manteiga também subiu em todas as capitais, com destaque para
Campo Grande (23,90%), Macapá (22,64%) e Goiânia (17,52%). As indústrias
de laticínios disputaram o pouco leite ofertado no mercado, o que
elevou ainda mais o preço dos derivados lácteos.
O preço da batata
seguiu em alta em 10 das 11 cidades do Centro-Sul, onde o produto é
pesquisado. As variações oscilaram entre 5,22%, em Brasília, e 49,04%,
em Florianópolis. A única redução foi observada em Cuiabá (-3,98%). O
clima segue diminuindo a produtividade das colheitas da batata, o que
manteve a trajetória altista verificada nos últimos meses.
O valor
do arroz aumentou em 23 cidades, com destaque para Porto Velho (10,46%)
e Rio Branco (9,94%); ficou estável em Florianópolis e Recife e;
diminuiu em Salvador (-1,95%) e Manaus (-1,04%). A baixa oferta foi
ocasionada pela redução da produção, retenção dos estoques por parte dos
orizicultores, com o objetivo de elevar o preço, e pela demanda firme
das indústrias produtoras de arroz, o que resultou na alta do preço do
quilo no varejo.
O café em pó teve o preço elevado em 23 capitais,
com variações entre 0,69%, em Belém e 5,24%, em Maceió. As reduções
foram registradas em Belo Horizonte (-1,39%), Brasília (-0,59%), Goiânia
(-0,52%) e Palmas (-0,19%). Clima desfavorável, diminuição da
produtividade e negociações lentas no mercado de café elevaram o preço
do pó no varejo.
O preço do óleo de soja diminuiu em 23 cidades,
com retrações que variaram entre -6,28%, em Florianópolis, e -0,28%, em
Vitória. O valor ficou estável em São Paulo e aumentou em Belém (0,23%),
Salvador (0,83%) e Rio Branco (3,13%). A valorização do real diante do
dólar e as chuvas que beneficiaram a colheita de soja reduziram o valor
do grão no mercado interno.
O tomate teve o valor reduzido em 23
cidades. As maiores quedas foram registradas em Salvador (-26,01%) e
João Pessoa (-24,31%). Já as altas foram observadas em Porto Alegre
(14,85%), Florianópolis (14,41%), Rio Branco (1,43%) e Campo Grande
(1,33%). Demanda retraída, grande quantidade ofertada e frutos manchados
pelo clima reduziram o preço do tomate.
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