Medicações com e sem prescrição, além de fitoterápicos, podem ter risco.
Cardiologista Roberto Kalil comenta em vídeo sobre assunto.
Medicamentos comuns podem agravar insuficiência cardíaca (Foto: Burger/Phanie/Arquivo AFP)
Muitos medicamentos comuns - prescritos, vendidos sem receita ou
fitoterápicos - podem agravar a insuficiência cardíaca, por isso é
importante que pacientes relatem aos médicos tudo o que estão tomando. É
o que orienta uma declaração científica feita pela Associação Americana
do Coração (AHA, na sigla em inglês) esta semana.A insuficiência cardíaca é a principal causa de hospitalização para pessoas com mais de 65 anos e os pacientes nesta situação tomam, em média, sete medicamentos prescritos por dia.
Mais de um terço dos pacientes com insuficiência cardíaca também tomam fitoterápicos, que são medicamentos feitos à base de plantas, dois terços tomam vitaminas e sete a cada oito usam remédios vendidos sem receita.
O médico Robert L. Page II, um dos autores da declaração da AHA, disse à Reuters por e-mail: "Quando um paciente toma ao menos quatro medicações, o risco de uma interação entre as drogas aumenta para 38%; esse número aumenta para 82% quando os pacientes tomam sete ou mais medicamentos, o que vários pacientes de insuficiência cardíaca fazem."
Polifarmácia
A combinação de várias prescrições, chamada de polifarmácia, e a presença de muitas doenças torna os pacientes com insuficiência cardíaca particularmente vulneráveis a interações entre drogas que podem levar a hospitalizações e até morte.
"Os pacientes ficariam surpresos de saber que drogas de venda livre comumente usadas para tratar dor e azia pode levar a retenção de líquido e agravar os sintomas. Pacientes também ficariam surpresos de saber que muitos produtos feitos a partir de ervas podem afetar o metabolismo dos medicamentos para insuficiência cardíaca de forma potencialmente perigosa", afirmou o médico Kumar Dharmarajan, da Escola de Medicina da Universidade Yale à Reuters.
"Pacientes não devem presumir que medicamentos de venda livre e remédios complementares são seguros apenas porque estão disponíveis sem prescrição", disse. "Eles devem consultar seus médicos antes de começar a mudar suas medicações."
As recomendações foram publicadas na edição de 11 de julho da revista científica "Circulation".
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