Ana Cristina Campos/Agência Brasil
Algumas distribuidoras de energia deverão ser privatizadas até dezembro de 2017.
BRASÍLIA
- Após a decisão dos acionistas da Eletrobras de reprovar a prorrogação
das concessões de seis empresas de distribuição do grupo, que ficam nas
regiões Norte e Nordeste, o ministro de Minas e Energia, Fernando
Coelho Filho, disse nesta quarta-feira (27) que a pasta já está
comunicando alguns governos estaduais que a Eletrobras continuará
“tocando a concessão de forma precária”.
Com a decisão da
Eletrobras na semana passada, as distribuidoras Companhia Energética do
Piauí (Cepisa), Companhia Energética de Alagoas (Ceal), Companhia de
Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia
(Ceron), Boa Vista Energia e Amazonas Distribuidora de Energia deverão
ser privatizadas até 31 de dezembro de 2017.
"A determinação do
presidente [interino Michel Temer] e a nossa maior preocupação é que a
população desses seis Estados não tenham nenhum tipo de prejuízo no
fornecimento de energia. Isso não vai acontecer", afirmou o ministro,
após a posse do novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior.
Segundo
o ministro, a gestão das seis distribuidoras continuará sendo feita
pela Eletrobras até o final do ano que vem: “Agora com a
particularidade, separando a questão da inadimplência das antigas
distribuidoras, isso vai possibilitar ela [Eletrobras] acessar alguns
fundos e recursos para que a gente possa nesse período de
aproximadamente um ano e meio, até final de 2107, fazer os investimentos
necessários para poder tocar a operação de distribuição".
Segundo
a decisão, tomada em assembleia geral extraordinária de acionistas, até
a transferência para o novo controlador, as distribuidoras devem
receber diretamente da União Federal ou através de tarifa todos os
recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer
investimentos que forem relacionados aos serviços públicos, sem qualquer
aporte de recursos pela Eletrobras.
Fernando Coelho Filho não
descartou a venda de novos ativos da Eletrobras. “A empresa hoje tem uma
necessidade de caixa muito grande. São mais de 170 SPEs [sociedades de
propósito específico] e a expectativa é de que nessa reestruturação da
empresa serão necessários recursos e alguns desses ativos terão de ser
desmobilizados. Tem outras concessões que estão vencendo que deverão ir a
leilão e isso vai gerar mais receita para a Eletrobras. Evidentemente, a
pressão que está sendo feita sobre o Tesouro tem que ser a menor
possível porque o Tesouro hoje também não está em condições de arcar com
todos os desafios que a Eletrobras tem”, acrescentou.
No mês
passado, escalado para falar em nome do Núcleo de Infraestrutura do
governo federal, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que o setor
poderá ser beneficiado com a venda das chamadas sociedades de propósito
específico (SPE) da Eletrobras. Segundo Araújo, há um potencial de
cerca de R$ 20 bilhões apenas com as SPEs da Eletrobras.
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